Marco Inicial da Praça
Um cantinho familiar do bairro Jardim Carvalho, a Praça Dom Antônio Mazzarotto, que fica em frente a Igreja Santo Antônio é palco de fé, feira, celebração da vida e história. Para a unanimidade das pessoas do bairro e outras comunidades em torno, o local é um patrimônio vivo pulsando na cidade de Ponta Grossa-PR. Esse lugar aconchegante, que o povo abraçou, vive e cuida, agora também é objeto de uma pesquisa histórica e patrimonial e este blog faz parte do trabalho em andamento.
Um pouco de história
O nome oficial advém da lei municipal criada em 1964, em homenagem ao Bispo Dom Antônio Mazzarotto. Muita gente também a chama, carinhosamente, a “Praça da Igreja Santo Antônio”. E esse detalhe já diz muito sobre o afeto e a identidade que esse espaço representa.
Mais do que um ponto de lazer, a praça é um lugar de encontro e pertencimento, onde se cruzam gerações, memórias e histórias de vida. Ali, a cidade respira cotidiano e tradição.
Foto tirada nas imediações da Igreja Santo Antônio nos idos de 1950, local onde posteriormente viria a ser a Praça da Igreja Santo Antônio, depois Praça Dom Antônio Mazzarotto, de fato.(1)
A Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio ocupa lugar especial e influencia decisivamente na vida da Praça, através de suas importantes celebrações, desde 1953.(2)
Imagem de 1969: (3)
Fé, feira e festa: o Trio que Alimenta a Cultura Local
Ali acontece a Feira do Produtor (às terças e sextas de manhã/tarde, desde 2020) e a Feira Gastronômica (às sextas à tarde/noite, desde 2022), que não são só espaços de comércio: são celebrações da produção local, da comida de verdade, das receitas de família, dos sabores afetivos. São encontros onde a vida familiar e a cultura se servem em barracas, sorrisos e causos.
E quando chega junho, a Festa Junina e, sobretudo, a Tradicional Festa de Santo Antônio nos dias 11 e de 12, (com uma programação maior este ano, de 01 a 13 de junho) deixam a praça, a igreja e toda a região iluminadas de alegria, tradição, devoção e população mobilizada, tudo com um ambiente respeitoso e familiar. Vide imagem de banner (6)
A Praça como Patrimônio do Povo?
“O papel aceita tudo... mas o que vale é cuidar”
O estudo e artigo que dão origem a esse blog, feitos dentro da Disciplina de Patrimônio I, do Curso de Bacharelado em História da UEPG, leva em consideração a opinião de pessoas que frequentam a praça, a igreja, as feiras, a quadra de areia, o parquinho das crianças. A opinião da maioria das pessoas é clara: a praça é importante e precisa ser cuidada como merece, preservada para as futuras gerações.
“Pode até virar patrimônio cultural, mas se não cuidarem do material, não adianta nada”, disse uma moradora do bairro. E ela tem razão. Afinal, não há patrimônio cultural imaterial sem o chão e as vivências onde ele acontece.
Patrimônio Cultural de PG?
A proposta da pesquisa acadêmica, materializada neste blog, é contribuir para que a Praça seja reconhecida oficialmente como um Patrimônio Cultural de Ponta Grossa-PR, como prevê as leis e os pressupostos que regem o assunto. Isso significa reconhecer a Praça não só por sua estrutura, mas sobretudo, por tudo o que ali acontece e se vive.
Alguns autores estudados no decurso da pesquisa sobre a Praça Dom Antônio Mazzarotto (como Gonçalves, Camargo, Giovanaz, Canani e Funari & Pelegrini entre outros) defendem que patrimônio é relação, é memória, é uso simbólico do espaço.
A praça se encaixa perfeitamente nesse conceito. E mais: mostra como um bem material, também pode ser um bem imaterial e pode ganhar alma e voz pela prática social, unindo todos em prol de um objetivo maior que é assegurar a existência da praça para todos, sobretudo, as futuras gerações.
Isto é, num tempo de avanço da especulação imobiliária e do urbanismo pasteurizado, reconhecer a Praça Dom Antônio Mazzarotto como patrimônio cultural imaterial é proteger a praça em si, materialmemte, e a memória popular do bairro e da cidade. Mais que isso, é valorizar a história dos que vivem e celebram a vida ali diariamente.
O reconhecimento da praça como bem cultural, um patrimônio cultural, é só o primeiro passo. O próximo passo é garantir que ela continue sendo lugar de convivência, cultura e memória, com participação da comunidade e ações públicas que fortaleçam seu uso coletivo.
O que é Patrimônio Cultural?
Segundo a Cartilha do IPHAN, Patrimônio Cultural, é tudo aquilo que um grupo considera importante para sua história, identidade e memória. Pode ser um lugar, um costume, um objeto, uma festa ou até uma comida típica. Não é qualquer coisa da cultura: é aquilo que as pessoas querem preservar e passar para as próximas gerações porque tem valor simbólico, afetivo ou social. Isto é, Patrimônio Cultural é a memória viva de um povo, aquilo que faz as pessoas se sentirem parte de algo maior.
Patrimônio Material
São os bens físicos, ou seja, os que você pode tocar e ver: prédios antigos, igrejas, praças, objetos, documentos, sítios arqueológicos, monumentos, etc. A Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto – MG, uma Praça da Cidade, um Casarão histórico, etc.
Patrimônio Imaterial
São os saberes, práticas, crenças, festas, músicas, danças, culinária, modos de fazer e viver que passam de geração em geração. Eles não têm forma física, mas vivem nas pessoas e em suas práticas. A roda de capoeira, o samba de roda da Bahia, a festa do Divino, as quebradeiras de coco do Maranhão, as feirar de um local, etc.
Como um bem se torna Patrimônio Cultural oficial?
Para um bem (material ou imaterial) ser oficialmente reconhecido como patrimônio cultural, é preciso seguir um processo legal. Os principais caminhos são:
Tombamento (para bens materiais): Protege bens como prédios, monumentos, centros históricos, obras de arte. É regulamentado por decretos, leis e todo um aparato legal existente. Pode ser feito pelo IPHAN (nível federal), pelos Estados ou pelos Municípios.
Registro (para bens imateriais): Reconhece práticas culturais como patrimônio vivo. Feito, principalmente, com base no Decreto nº 3.551, de 2000 e outros dispositivos legais municipais e estaduais.
Os bens são inscritos em “Livros de Registro”, como: Saberes, Formas de Expressão, Lugares, Celebrações.
Antes disso tudo, geralmente é feito um inventário, que é uma pesquisa participativa para levantar e documentar essas referências culturais com o apoio das comunidades locais.
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A pesquisa está em desenvolvimento...
Pesquisa, Autoria, infos e contato aqui>>>
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Referências das imagens enumeradas:
1 Imagem: Tabajara Macedo conforme (PONTA GROSSA, MEMÓRIAS E FOTOS ATUAIS.
2 Foto da primeira Igreja da Paróquia Santo Antônio de 1953 - Créditos/divulgação: Osmário Souza Ribas.
3 Foto da construção do Prédio atual da Igreja, parte da rua e início da Praça, 1969, -Créditos/divulgação: Osmário Souza Ribas.
4 Imagens de Emerson E. E-Kan
5 Imagens de Emerson E. E-Kan e Instagram Feira Gastronômica / Divulgação.
6 Banner da festa de Santo Antônio 2025, Instagram da Paróquia Santo Antônio.
7 Imagens de Emerson E. E-Kan e RPC.
8 Imagens de Emerson E. E-Kan e RPC.
9 Fotos de Secretaria do Meio Ambiente/Divulgação.
10 Instagram Feira Gastronômica / Divulgação.
OBS: fotos iniciais de Emerson E. E-Kan
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Outras imagens:
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