Resumo
A praça Dom Antônio Mazzarotto, localizada no Bairro Jardim Carvalho, em Ponta Grossa (PR), é um espaço público de grande significado histórico, simbólico e social. Popularmente conhecida como "Praça Santo Antônio” ou “Praça da Igreja Santo Antônio, ou ainda "Praça da Paróquia Santo Antônio” e até mesmo "Praça do Jardim Carvalho", devido à sua localização em frente à Paróquia Santo Antônio que fica no referido bairro, a praça transcende sua função urbanística e revela-se como um lugar de memória e de identidade comunitária, principalmente, para os moradores do bairro e adjacências. A presente pesquisa acadêmica propõe uma leitura do espaço como um bem cultural em potencial processo de patrimonialização imaterial, dentro do que diz a Cartilha IPHAN - Patrimônio Cultural Imaterial (2016) e dialogando com autores como Gonçalves (2003), Canani (2005), Giovanaz (2002), Funari & Pelegrini (2005), Nogueira (2007) e outros referenciais. O estudo também considera a história da Igreja Santo Antônio, do patrono da Praça, Dom Antônio Mazzarotto, e o papel contemporâneo das feiras comunitárias que nela ocorrem, como a Feira do Produtor e a Feira Gastronômica do Jardim Carvalho que ocorrem no espaço da praça, além da Festa Junina e a Tradicional Festa de Santo Antônio que ocorrem na Igreja e movimentam a praça. Além de espaço físico, a praça se configura como um palco onde se entrelaçam a vivência cotidiana, as práticas culturais, as expressões religiosas e os laços sociais que formam o tecido urbano e simbólico da cidade. A escolha do local como objeto de análise da pesquisa justifica-se pela sua relevância enquanto espaço de usos múltiplos, afetivamente apropriado pela comunidade e fortemente associado à memória local. O projeto de pesquisa que dá origem a esse artigo propõe sua inclusão em políticas públicas de reconhecimento, tendo em vista todo o arcabouço jurídico que rege o assunto como o Decreto nº 3.551/2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e os quatro Livros de Registro, incluindo o Livro dos Lugares (art. 1º, §1º, III), a Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, promulgada pelo Decreto nº 5.753/2006, que reconhece como patrimônio as práticas e expressões culturais vividas pelas comunidades, no âmbito local, fundamenta-se na Lei Municipal nº 13.694/2020, que criou o Programa Municipal de Salvaguarda de Bens Culturais Imateriais em Ponta Grossa. Esse reconhecimento também dialoga com a Declaração de Québec (2008), que destaca o "espírito do lugar" como parte essencial do patrimônio cultural, e com a Carta de Fortaleza (1997), precursora da política de salvaguarda no Brasil, que defende o inventário nacional de bens imateriais e a superação do foco exclusivo em bens materiais. Com efeito, essa pesquisa visa contribuir para a proteção e a preservação de um bem valioso da comunidade local, pensando longe no tempo, sobretudo, salvaguardando memória e história para as futuras gerações.
Palavras-chave: Patrimônio cultural imaterial, Inventário participativo, Praça, Identidade comunitária, Preservação simbólica.
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OBSERVAÇÃO 02: a título de informação, também estou pesquisando livremente, mas com rigor e método outros locais de Ponta Grossa e de cidades da região.
Interessados em conhecer a pesquisa histórica e patrimonial sobre a Praça Dom Antônio Mazzarotto, favor entrar em contato no e-mail institucional abaixo.
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